A Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC) fez uma operação nesta quinta-feira (23.10), que resultou na prisão de cinco suspeitos envolvidos no golpe do falso advogado, com ramificações no Estado do Ceará. A ação teve o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e das polícias civis do Ceará e do Rio de Janeiro.
Foram expedidos no total, 25 mandados de busca domiciliar, sendo 24 no Ceará e um no Rio, além de 16 mandados de prisão temporária. As investigações iniciadas em 2024 deram origem à Operação Litis Simulatio, expressão em latim que quer dizer “simulação de litígio”. Tudo isso, depois que uma moradora de Florianópolis denunciou o golpe. A vítima disse ter transferido cerca de R$ 270 mil, acreditando pagar taxas judiciais referentes a um processo contra o Estado de Santa Catarina.
A Polícia Civil catarinense deflagrou, paralelamente, em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), a Operação Fake Law, voltada ao mesmo tipo de fraude. Dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos durante a ação nos municípios cearenses de Aquiraz, Eusébio e Fortaleza, com sequestro de bens dos investigados.

Foto: Divulgação/MPSC
* Outros Dados
De acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Ceará (OAB-CE), entre julho de 2024 e outubro de 2025, foram registradas 1.243 denúncias relacionadas ao golpe, uma média de 78 ocorrências por mês. Em maio de 2025, a Polícia Civil do Ceará (PCCE) prendeu oito suspeitos do mesmo esquema em ações realizadas em Fortaleza, Maracanaú, Cruz e Jardim.
Em abril, um mês antes, a Polícia Civil de Goiás (PCGO), cumpriu com apoio da PCCE, três mandados de prisão preventiva, dez de prisão temporária e 13 de busca e apreensão, em Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba. As apurações mostram que o grupo criminoso obtinha dados de processos judiciais, incluindo nomes de beneficiários, advogados e detalhes das ações. Em seguida, os suspeitos criavam perfis falsos em aplicativos de mensagens se passando pelos advogados e exigindo o pagamento de supostas custas processuais.
Para combater o crime, a OAB Ceará relatou que trabalha em cooperação com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgãos de segurança pública, o Ministério Público e o Poder Judiciário. A entidade recomenda em nota, que qualquer contato recebido por redes sociais ou aplicativos de mensagem supostamente feito por advogados seja confirmado pelos canais oficiais do escritório ou presencialmente.
Portanto, as vítimas devem fazer Boletim de Ocorrência (B.O.) e informar imediatamente qualquer irregularidade à OAB. É disponibilizado pela entidade nacional, o portal ConfirmADV, que permite verificar a autenticidade de advogados por meio do número e da unidade federativa de inscrição. Outros canais de denúncia dispõem do e-mail fiscalizacao@oabce.org.br, o telefone (85) 9 8201-3434 e o site da OAB.