Empresa cearense de gerenciamento de resíduos realiza a primeira etapa da reciclagem e evita que embalagens originais sejam reutilizadas pelo mercado clandestino
A destinação correta das garrafas de vidro vai muito além de uma prática ambientalmente responsável, ela é também uma medida de segurança pública e de saúde do consumidor. É o que mostra na prática a Mundo Limpo Reciclados, empresa cearense especializada em gerenciamento de resíduos industriais, que atua na primeira etapa da reciclagem das garrafas de vidro, chamada de descaracterização da embalagem.
Todos os meses, a empresa recebe cerca de 30 toneladas de garrafas de vidro provenientes de bares e restaurantes, a maioria de bebidas alcoólicas. O processo começa com a coleta seletiva pós-consumo, feita por rotas específicas que recolhem materiais recicláveis em estabelecimentos comerciais. Na sede da Mundo Limpo, em Pacatuba, no centro de triagem, o vidro é cuidadosamente separado e, com o auxílio de uma empilhadeira, lançado em containers para ser quebrado e descaracterizado antes de seguir para indústrias licenciadas de reciclagem.
“O grande cuidado que a gente tem, principalmente com as garrafas de destilados, é garantir que elas saiam daqui já totalmente quebradas e descaracterizadas, evitando qualquer possibilidade de desvio para a pirataria”, explica a diretora da Mundo Limpo, Maria Helena Botelho.
Maria Helena Botelho explica que o procedimento de quebrar as garrafas seja seguro apenas em ambiente industrial, ela orienta que o consumidor também pode contribuir. “Não recomendamos quebrar o vidro em casa, porque isso representa risco de acidentes para os catadores que manipulam o lixo. Mas é importante retirar o lacre e a tampa e separar os materiais na coleta seletiva. Quanto mais a garrafa for descaracterizada antes do descarte, menor a chance de ser reutilizada pelo mercado clandestino.”, alerta.
Casos de intoxicação por metanol acendem alerta no país O tema ganha relevância em meio ao aumento de casos de intoxicação por metanol registrados em diversas cidades brasileiras. A substância, usada na adulteração de bebidas destiladas, é altamente tóxica e pode causar cegueira e até morte.
O reaproveitamento indevido de garrafas originais é uma das principais formas para a falsificação de bebidas. Nesse contexto, o gerenciamento adequado dos resíduos de vidro e a responsabilidade compartilhada entre empresas e consumidores tornam-se fundamentais para conter esse tipo de crime.